A leitura e escrita do nome próprio no
processo de alfabetização das crianças com deficiência intelectual
Ana Wilma Silva dos Santos
Na
inclusão escolar é obrigatória uma escola em que todos os alunos nela inseridos
aprendam independentemente de qualquer condição que o limite em seu direito de
participar ativamente do processo escolar.
Nesse contexto observa-se a importância do professor do AEE na
organização de ações especificas sobre os mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento
do aluno com Deficiência Intelectual e acontecerá conforme a necessidade de
cada caso. Para BATISTA e MANTOAN (2007) o objetivo do Atendimento
Educacional Especializado é propiciar condições e liberdade para que o aluno
com deficiência mental possa construirá sua inteligência, dentro do quadro de
recursos intelectuais que lhe é disponível, tornando-se agente capaz de
produzir significado/conhecimento.
No
processo de aquisição da língua escrita o nome próprio constitui, segundo
Ferreiro e Palacio (1988) uma aprendizagem singular, muito ligado a sua identidade.
Ao mesmo tempo as autoras sinalizam que do ponto de vista da construção da
linguagem, esta aquisição pode ser considerada como a primeira forma escrita
dotada de estabilidade.
Para
desenvolver a construção da leitura, nos alunos com Deficiência Intelectual,
apresentamos uma atividade relacionada ao processo de apropriação de um objeto
socialmente construído o “nome próprio”.
Com
efeito, a aplicabilidade da atividade propicia a análise, a observação, a
atenção, a imaginação, o vocabulário, a linguagem e outras dimensões próprias
do ser humano.
Atividade com o nome próprio
Descrição
da atividade
Uma
caixa de sapato e/ ou de qualquer outro objeto, copinhos (vazios) de iogurte.
A
atividade desenvolvida consiste na apresentação das letras que compõem o nome
próprio do aluno, com o objetivo de desenvolver a linguagem oral, bem como contribuir
para sua evolução conceitual para a aprendizagem da leitura.
Procedimento
A criança
é solicitada a formar seu nome utilizando as letras que estão dentro da caixa.
Desse modo, ela deve retirar de dentro da caixa as letras que compõem o nome
próprio. À medida que ela vai identificando cada letra, as retira, ordenando-as
fazendo a correspondência entre as partes do nome escrito e aquelas do mesmo
nome falado.
Na
avaliação da atividade no que concerne a interpretação do nome próprio, o
professor deverá considerar se o aluno compõe o nome sem ajuda do professor; se
ele considera que o seu nome está escrito, mesmo quando esta faltando algumas
letras que o compõe; se ele considera que seu nome está escrito quando todas as
letras estão visíveis, ainda que a ordem das mesmas tenha sido alterada e se considera
que seu nome está escrito quando todas as letras estão na ordem adequada. O reconhecimento
das letras do nome próprio está imbricado na mesma atividade acima descrita, pois,
esta relacionada conforme o conhecimento que as crianças demonstram das letras
do seu nome.
As
intervenções pedagógicas que o professor de AEE poderá fazer para problematizar
a situação de aprendizagem descrita na atividade estão presentes nos estudos de
Figueiredo (2012), cujo objetivo é investigar como as pessoas com deficiência intelectual
evoluem em suas concepções sobre a linguagem escrita. Tendo como aporte a metodologia
desenvolvida por Ferreiro e Teberosk (1986) para estudar a evolução da
linguagem escrita da criança normal.
Os
aspectos de mecanismos de aprendizagem tais como: atenção e concentração são desenvolvidas
a partir da utilização dessa atividade que consiste na interpretação do nome próprio
e no conhecimento do nome das letras bem como a relação que as crianças escabecem
entre os dois conhecimentos.
BATISTA, Cristina
Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Formação Continuada a Distância de
Professores para o Atendimento Educacional
Coletânea UFC-MEC/2010: A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 02: Atendimento
Educacional Especializado para alunos com deficiência intelectual. P.8 a p.18.
FIGUEIREDO, Rita V. Leitura, Cognição e Deficiência
Intelectual. In: Deficiência Intelectual: cognição e leitura. FIGUEIREDO, Rita
Vieira de. Fortaleza (CE): Edições UFC, 2012, Pag.15 - 43.
ASPECTOS FUNCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS
COM DEFICIÊNCIA MENTAL E METODOLOGIA DE PESQUISA. Rita Vieira de Figueiredo e Jean-Robert
Poulin.
O desenvolvimento da linguagem escrita depende de fatores como a atenção e a memória. Estes por sua vez são considerados conteúdos do AEE por estarem dentro do que se caracteriza como funções psicologicas superiores. Sendo assim, o jogo proposto é um excelente meio para que o aluno construa suas hipóteses de escrita e evolua.
ResponderExcluirWilma,essa atividade é um ótimo recurso para trabalharmos com o aluno com deficiência intelectual,pois através do lúdico,a criança consegue um melhor desenvolvimento cognitivo e apreende com mais rapidez os conhecimentos.Parabéns pelo belo trabalho.
ResponderExcluirDurante as leituras realizadas na disciplina de DI,percebemos que as atividades que são realizadas através do lúdico ,com certeza estimula ao aluno despertar o desenvolvimento do seu cognitivo. Essa atividade vai despertar isso no aluno,,,,
ResponderExcluirAna Wilma, considero que a atividade proposta é bastante interessante para ser realizada tanto na SRM quanto na sala de aula regular, uma vez que a escrita do nome próprio, além de se constituir numa escrita estável é também significativa para o aluno.
ResponderExcluirPode ser uma boa situação de aprendizagem com utilização desse recurso que você propôs Ana, vejo que pode ser feito com diversos materiais, fácil de fazer e diante das intervenções cumpre com os objetivos.
ResponderExcluirMuito interessante o jogo, fácil de fazer e com certeza importante para a construção da identidade do aluno. O nome é a sua identificação e como sabemos, as vezes, sofremos no âmbito da escola quando estes alunos são vistos pela sua deficiência.
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