domingo, 6 de outubro de 2013

A leitura e escrita do nome próprio no processo de alfabetização das crianças com deficiência intelectual


 

A leitura e escrita do nome próprio no processo de alfabetização das crianças com deficiência intelectual
                                                                                                           Ana Wilma Silva dos Santos

Na inclusão escolar é obrigatória uma escola em que todos os alunos nela inseridos aprendam independentemente de qualquer condição que o limite em seu direito de participar ativamente do processo escolar.  Nesse contexto observa-se a importância do professor do AEE na organização de ações especificas sobre os mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento do aluno com Deficiência Intelectual e acontecerá conforme a necessidade de cada caso. Para BATISTA e MANTOAN (2007) o objetivo do Atendimento Educacional Especializado é propiciar condições e liberdade para que o aluno com deficiência mental possa construirá sua inteligência, dentro do quadro de recursos intelectuais que lhe é disponível, tornando-se agente capaz de produzir significado/conhecimento.
           No processo de aquisição da língua escrita o nome próprio constitui, segundo Ferreiro e Palacio (1988) uma aprendizagem singular, muito ligado a sua identidade. Ao mesmo tempo as autoras sinalizam que do ponto de vista da construção da linguagem, esta aquisição pode ser considerada como a primeira forma escrita dotada de estabilidade.

Para desenvolver a construção da leitura, nos alunos com Deficiência Intelectual, apresentamos uma atividade relacionada ao processo de apropriação de um objeto socialmente construído o “nome próprio”.
Com efeito, a aplicabilidade da atividade propicia a análise, a observação, a atenção, a imaginação, o vocabulário, a linguagem e outras dimensões próprias do ser humano.

Atividade com o nome próprio

Descrição da atividade

Uma caixa de sapato e/ ou de qualquer outro objeto, copinhos (vazios) de iogurte.

A atividade desenvolvida consiste na apresentação das letras que compõem o nome próprio do aluno, com o objetivo de desenvolver a linguagem oral, bem como contribuir para sua evolução conceitual para a aprendizagem da leitura.

Procedimento

A criança é solicitada a formar seu nome utilizando as letras que estão dentro da caixa. Desse modo, ela deve retirar de dentro da caixa as letras que compõem o nome próprio. À medida que ela vai identificando cada letra, as retira, ordenando-as fazendo a correspondência entre as partes do nome escrito e aquelas do mesmo nome falado.

Na avaliação da atividade no que concerne a interpretação do nome próprio, o professor deverá considerar se o aluno compõe o nome sem ajuda do professor; se ele considera que o seu nome está escrito, mesmo quando esta faltando algumas letras que o compõe; se ele considera que seu nome está escrito quando todas as letras estão visíveis, ainda que a ordem das mesmas tenha sido alterada e se considera que seu nome está escrito quando todas as letras estão na ordem adequada. O reconhecimento das letras do nome próprio está imbricado na mesma atividade acima descrita, pois, esta relacionada conforme o conhecimento que as crianças demonstram das letras do seu nome.

As intervenções pedagógicas que o professor de AEE poderá fazer para problematizar a situação de aprendizagem descrita na atividade estão presentes nos estudos de Figueiredo (2012), cujo objetivo é investigar como as pessoas com deficiência intelectual evoluem em suas concepções sobre a linguagem escrita. Tendo como aporte a metodologia desenvolvida por Ferreiro e Teberosk (1986) para estudar a evolução da linguagem escrita da criança normal.

Os aspectos de mecanismos de aprendizagem tais como: atenção e concentração são desenvolvidas a partir da utilização dessa atividade que consiste na interpretação do nome próprio e no conhecimento do nome das letras bem como a relação que as crianças escabecem entre os dois conhecimentos.

        
REFERÊNCIAS

BATISTA, Cristina Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional

Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 02: Atendimento Educacional Especializado para alunos com deficiência intelectual. P.8 a p.18.

FIGUEIREDO, Rita V. Leitura, Cognição e Deficiência Intelectual. In: Deficiência Intelectual: cognição e leitura. FIGUEIREDO, Rita Vieira de. Fortaleza (CE): Edições UFC, 2012, Pag.15 - 43.

ASPECTOS FUNCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E METODOLOGIA DE PESQUISA. Rita Vieira de Figueiredo e Jean-Robert Poulin.

 

6 comentários:

  1. O desenvolvimento da linguagem escrita depende de fatores como a atenção e a memória. Estes por sua vez são considerados conteúdos do AEE por estarem dentro do que se caracteriza como funções psicologicas superiores. Sendo assim, o jogo proposto é um excelente meio para que o aluno construa suas hipóteses de escrita e evolua.

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  2. Wilma,essa atividade é um ótimo recurso para trabalharmos com o aluno com deficiência intelectual,pois através do lúdico,a criança consegue um melhor desenvolvimento cognitivo e apreende com mais rapidez os conhecimentos.Parabéns pelo belo trabalho.

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  3. Durante as leituras realizadas na disciplina de DI,percebemos que as atividades que são realizadas através do lúdico ,com certeza estimula ao aluno despertar o desenvolvimento do seu cognitivo. Essa atividade vai despertar isso no aluno,,,,

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  4. Ana Wilma, considero que a atividade proposta é bastante interessante para ser realizada tanto na SRM quanto na sala de aula regular, uma vez que a escrita do nome próprio, além de se constituir numa escrita estável é também significativa para o aluno.

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  5. Pode ser uma boa situação de aprendizagem com utilização desse recurso que você propôs Ana, vejo que pode ser feito com diversos materiais, fácil de fazer e diante das intervenções cumpre com os objetivos.

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  6. Muito interessante o jogo, fácil de fazer e com certeza importante para a construção da identidade do aluno. O nome é a sua identificação e como sabemos, as vezes, sofremos no âmbito da escola quando estes alunos são vistos pela sua deficiência.

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