sábado, 28 de junho de 2014

Estabelecendo relações entre o AEE e o texto “O modelo dos modelos” do autor Ítalo Calvino


Ana Wilma Silva dos Santos

 

Por modelo entendemos uma prática que abarca o sujeito nas mais variadas situações, isto é, nos hábitos, no modo de pensar e de fazer, na escala de valores, enfim agir ou reagir de forma adequada. No entanto, modelo é aquele em que não há nada a modificar é aquele que funciona com perfeição. Isso pressupõe recorte, exclusão, hierarquia de preferências e criação artificial de regularidade.

De acordo com a leitura do texto “O modelo dos modelos” do autor Ítalo Calvino, podemos relaciona-lo com o Atendimento Educacional Especialializado – AEE, pois, percebe-se nas tentativas do senhor Palomar as mesmas, quando queremos alcançar resultados definitivos, extremamente reflexivas e racionalistas, metódicas. No entanto, no AEE não seguimos o modelo, mas adequamos à sua aplicabilidade experimentando-o de acordo com a realidade.  Desse modo, atender as diferenças do público alvo desse atendimento seja essas diferenças sociais, afetivos, cognitivo e institucional, mas adequado à sua singularidade histórica e estrutural. Esse procedimento resulta em o que antes parecia ser definido torna-se múltiplo, como se cada uma das unidades da realidade formasse um conjunto. Onde a cada descoberta surgem outras possiveis descoberta...

Dessa forma em vez de deduzir o que é um modelo lógico, estariamos confirmando a aplicabilidade desse modelo, porém de acordo com as possiveis bareiras que limitam ou impedem o aluno participar ativamente do processon escolar, portanto à singularidade, que trata do potencial de cada individuo num contexto da heterogeneidade.

 

 

 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

ATIVIDADE DESENVOLVIDA COM ALUNOS AUTISTA


 



Ana Wilma Silva dos Santos

Rotina diária/semanal

Nas pesquisas desenvolvidas na área do TEA[1] Bez (2014), ressalta que o uso da Comunicação Alternativa, tem se apresentado como potencializadora no desenvolvimento de sujeitos com autismo.

Por outro lado, uma das características do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária, para auxiliar nessa necessidade podemos montar a rotina diária/ semanal utilizando fichas / cartaz.

Público alvo a que se destina essa atividade: sujeitos de qualquer idade escolar que apresentam deficiências na linguagem receptiva e expressiva, neste caso pessoas com autismo.

Objetivo: Espera-se que com o uso dessa atividade/recurso o aluno seja capaz de estabelecer a associação entre a atividade e o símbolo para facilitar tanto a sua comunicação quanto à compreensão.

Local de utilização da atividade /recurso: sala de aula do ensino comum, em casa, laboratório de informática, AEE entre outros espaços que o aluno circula, possibilitando a comunicação entre todos que estão no ambiente utilizando-a. Para esse processo Bez (2010), ressalta sem dúvida, a importância da Ação Mediadora “[...] ação desenvolvida na interação social pelos sujeitos a partir do uso de instrumentos de mediação que pode ser orientada ao próprio sujeito, aos outros sujeitos ou ao meio físico”. Para Tomasello (2003), o domínio dos instrumentos de mediação acontece com a interação social,  especialmente em  participações de interações triádicas [2]  que envolve a interação de dois ou mais sujeitos em uma ação com um objeto/evento no qual existe o foco de atenção dos participantes.

Portanto, pensar em possibilidades de aplicação da CAA[3] numa escola inclusiva, tem como referência Bez (2009) que sugere a seguinte reflexão:

Proporcionar uma forma de CAA para pessoas que não conseguem se expressar através da fala e/ou escrita tem como consequência a melhora de sua qualidade de vida, proporcionando-lhes uma maior autonomia, aumentando sua autoestima e dando-lhe uma oportunidade de se sentirem num nível maior de igualdade na sociedade. E, portanto permitir sua inclusão social.

A CAA é uma tecnologia social, pois através da mesma os sujeitos com ou sem deficiência podem se Comunicar. 

Para pessoas que apresentam déficits na comunicação, esse sistema pode ser recursos necessários para a promoção do seu desenvolvimento.

Trabalhando com rotina diária/semanal


Figura1: Exemplo de recursos de baixa tecnologia (Fonte: http://diversa.org.br/uploads/gestao_publica/caderno_pedagogico_autismo.pdf)

Descrição: A imagem apresenta exemplo de recursos de baixa tecnologia.  É uma rotina diária/ semanal utilizando fichas / cartaz. Confeccionado em cartolina ou papelão revestido com papel contato, onde estão dispostas figuras ou fotos fixados com velcro, as imagens são selecionadas de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais. Na parte superior há uma foto do aluno, logo abaixo a escrita do nome próprio. No topo está escrito “horário”, logo abaixo os dias da semana com símbolos das respectivas atividades diárias do aluno, que sugere a estimulação da organização espacial e temporal do aluno.

Possibilidades de intervenções que o professor do AEE poderá realizar para efetivar o desenvolvimento do aluno, com essa atividade:

  • Organizar o ambiente físico da sala de aula, AEE e outros espaços por onde o aluno circula com a rotina confeccionada com desenhos, fotos e imagens para indicar coisas básicas da vida diária do aluno como: ir à escola, dormir, ficar com avó, natação etc.;
  • Montar a rotina semanal utilizando fichas / cartaz organizando a rotina diária/semanal do aluno Autista para que possam viver ou trabalhar de forma mais autónoma possível;
  • Utilizar o sistema baseado em figuras, fotos e nomes selecionados de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais para os que sabem ler e com objetos reforçadores que signifiquem alguma coisa para ao aluno;
  • Estimular o aluno a fazer a associação entre a atividade e o símbolo facilitando assim, tanto a comunicação quanto à compreensão;
  •  Ensinar o aluno a utilizar este painel colocando o objeto na mão e levando ele para fazer a atividade da rotina estabelecida no painel, não se deve falar muito sobre o objeto é importante que ele aprenda associar o objeto com a ação a ser executada, o painel pode ser tanto na horizontal, quanto na vertical, pode trocar as figuras ou objetos por letras caso saiba decodificar as letras;
  • Orientar a família sobre o uso da comunicação alternativa com seu filho;
  • Trabalhar com o aluno autista e esse com o tempo poderá se comunicar com a professora e os colegas mostrando o que quer;

  • Fazer uma avaliação pormenorizada da criança no que concerne ao seu nível de desenvolvimento funcional, o seu padrão de dificuldades e limitações;
  • Observar se aluno responde às representações cognitivas do meio e não ao próprio meio.

 

Referencias

BEZ, M. R.; PASSERINO, L. M. Applying Alternative and Augmentative Communication to an inclusive group. In: WCCE 2009 - Education and Technology for a Better World Monday, 2009, Bento Gonçalves-RS. WCCE 2009 Proceedings - Education and Technology for a Better World Monday. Germany: IFIP WCCE, 2009. v. 1. p. 164-174. Traduzido. Aplicando a Comunicação Aumentativa e Alternativa numa turma inclusiva.

BEZ, M. R Comunicação Alternativa e TEA. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014

Bez. Maria Rosangela. Linguagem e Comunicação. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014.

http://www.webartigos.com/artigos/a-intervencao-psicopedagogica-em-casos-de-autismo/43351/#ixzz33XngxMRS



[1] Transtorno do Espectro Autista.
[2] Interação sujeito/0bjeto/sujeito (s).
[3] Comunicação Aumentativa e Alternativa.